Sabemos (ou pelo menos deveríamos saber) que a manipulação de alimentos e a limpeza de objetos utilizados no preparo de refeições gera um volume considerável de efluentes e resíduos gordurosos, certo?
Ao escoar pelo sistema de esgoto, com o passar do tempo, esses efluentes/resíduos acabam se solidificando nas paredes das tubulações, formando blocos que podem entopir e causar indesejados vazamentos, tanto no interior da edificação, quanto em vias e calçadas.
De forma a reduzir tais transtornos, se faz necessária a instalação de dispositivos que retenham esses efluentes e resíduos presentes no esgoto, as de Caixas de Gordura.
Basicamente, as Caixas de Gordura podem ser construídas em PVC, em alvenaria ou até mesmo em estruturas pré-moldadas de concreto. Caixas de Gordura de PVC são menores e ideais para unidades familiares, uma vez que são mais fáceis de limpar e instalar, além de serem mais baratas do que as de alvenaria/pré-moldadas.
Caixas de Gordura de alvenaria/pré-moldadas são indicadas para estabelecimentos que médio a grande portes, sendo dimensionadas para armazenar uma maior quantidade de gordura, como condomínios, restaurantes, entre outros estabeleciementos.
As Caixas de Gordura devem receber apenas os efluentes gordurosos gerados por pias de cozinha, pias de churrasqueira, saída da máquina de lavar louças, e similares, e posteriormente devem ser encaminhados para uma Caixa de Passagem.
É importante mencionar que aparelhos como tanques, máquinas de lavar roupas, vasos sanitários e ralos internos e externos não devem ser conectados à Caixas de Gordura.
O correto dimensionamento e instalação desses dispositivos, aliados a alguns cuidados de uso, de limpeza e de manutenção (abordados a seguir) vão impedir que os efluentes/resíduos gordurosos atravessem as instalações sanitárias do usuário e sejam lançados à rede pública de esgoto.
Caixas de Gordura precisam ter dimensões compatíveis com o número de cozinhas da edificação e o volume de efluente/resíduo gorduroso servido ao sistema de esgotamento sanitário, conforme orienta a ABNT NBR 8160/99.
- Limpeza da Caixa de Gordura: De tempos em tempos, é preciso remover a gordura que se concentra
no interior do dispositivo. Essa frequência varia de acordo com a capacidade de armazenamento e da volume de produção de gordura, sendo indicados os períodos de 6 meses para residências; 1 a 3 meses para condomínios; e 1 a 7 dias para restaurantes e estabelecimentos com praças de alimentação. - Não desentupa com soda cáustica: a soda é um elemento bastante abrasivo, que pode causar reações alérgicas e queimaduras em quem a utiliza. Ao escoar pela tubulação e encontrar a gordura, essa substância também pode gerar o processo de saponificação, causando ainda mais a obstrução do sistema.
- Não jogue restos de comida na pia: resíduos de comida no ralo da pia não só corroboram para o entupimento de sua tubulação, mas também não é recomendado pois todo o resíduo orgânico acaba sendo depositado na caixa de gordura, causando mau cheiro, bem como mau funcionamento do sistema como um todo.
- Não despeje óleo quente no ralo da pia: óleo quente, ao colidir com a água, tende a passar pelo processo de petrificação, sendo de difícil remoção, favorecendo também o entupimento da rede.
Pronto! Chegamos ao fim do nosso primeiro post por aqui! Esperamos que estejam mais bem informados sobre o que é uma Caixa de Gordura e sua importância para o bom funcionamento do sistema de esgotamento sanitário como um todo.
Até a próxima semana! 👷🏽
Se você precisa de um projeto ou de supervisão na execução das instalações de água e esgoto da sua obra, entre em contato conosco! A Unity Engenharia e Arquitetura é uma empresa especializada nesse assunto. Nós especificamos os procedimentos e materiais necessários, evitando improvisação e reduzindo o desperdício de materiais, o que gera economia durante e posteriormente à execução da obra, ao evitar também possíveis reformas de correção (acontece muito!).